29 de mai. de 2011

Do lado de fora

29/05/2011
Do lado de fora

Um tapete e um espaço minúsculo para se movimentar. Ela sentada no sofá me comia com os olhos. Fixada nas minhas pernas e do jeito que a musica saía de dentro do meu corpo. Eu me aproximo entre baterias e notas. Vários beijos e um vestido, escorrego pelo meio de suas pernas e ouço bigode falando “ Humm.. pode continuar”.
A gente sai.
O som abafado pela porta de madeira e a luz quadriculada de fim da tarde rebatida pelos cobógos de um apartamento seiscentista.
Com os pés no chão e corpo quente ela subiu todos os babados do meu vestido de renda e flores laranjas, puxou minha calcinha molhada e me fudeu. Apesar de tentar me controlar sempre, abracei a causa e nem pensei se o porteiro lá embaixo estava vendo tudo por alguma câmera escondida. O som escondido do outro lado e o sussurro da gente queimando as paredes frias, o extintor de incêndio gelado, rígido que teimava encostar em sua pele sardenta. Da parede pro chão, escorregamos. Eu sentada e ela deitada olhando pelas frestas de luz “Ai eu devia estar com a câmera, ta lindo... a luz ... ta perfeito, os cobógos” ria,chorava, desabava.

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